Um Estranho em Goa

José é alguém que escreve para saber o fim das histórias. Ao procurar em Goa a história de Plácido Domingo, ex-comandante do MPLA e ex-agente da PIDE, entretanto refugiado nas margens do Mandovi, o escritor enreda-se na complexa religiosidade local e no comércio de relíquias religiosas. Passeando entre Ganesh e Nossa Senhora, o protagonista desta história é, afinal, o Diabo.

Com o audiolivro do romance Um estranho em Goa, a BOCA acrescenta ao seu catálogo um dos mais celebrados e traduzidos autores de língua portuguesa e uma obra que passa pelos quatro cantos da Lusofonia – Angola, Goa, Lisboa e o Brasil –, ajudando a deslindar as intrincadas relações culturais iniciadas pelos portugueses há mais de 500 anos.
A edição em livro inclui ilustrações inéditas do autor e textos de Ana Paula Guimarães, António Tomás e Marta Lança e conta com o apoio do Instituto Camões e do IELT – Instituto de Estudos de Literatura Tradicional.

O autor

José Eduardo Agualusa nasceu no Huambo, Angola, em 1960. Vive entre Lisboa, Luanda e o Rio de Janeiro. Estudou Agronomia e Silvicultura, mas optou pelo jornalismo primeiro e depois pela literatura. A questão que tem com Angola percorre os seus romances, novelas e contos desde Conjura (1989) até Barroco Tropical (2009), passando por Um Estranho em Goa (2000), e lança luz sobre o passado-presente-futuro do país e as questões identitárias de todas as nações crioulas. Também escreveu poesia, teatro e livros para crianças. Recebeu o Prémio de Revelação Sonangol, o Grande Prémio de Literatura da RTP, o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e o Independent Foreign Fiction Prize 2007. Os seus livros estão traduzidos para mais de uma dezena de idiomas. Em 2006 criou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora brasileira Língua Geral, dedicada a autores de língua portuguesa.

O leitor

Fernando Alves é jornalista da TSF – Rádio Jornal, estação que ajudou a fundar em 1989. Começou em 1970, aos 16 anos, no Rádio Clube de Benguela, e, desde que regressou a Portugal, em 1975, tem feito história e escola na rádio portuguesa, em programas como "Búzio Ardente" na RDP, ou "Os Dias Andados", "O Postigo na Noite", "A Espuma dos Dias" e "Avenida de Ceuta N.º 1" na TSF. Assina actualmente a "Revista de Imprensa" e regista, há 14 anos, os seus "Sinais", crónica diária antologiada pela Oficina do Livro em 2000. Em 1994 foi distinguido pela Casa da Imprensa com o Prémio Bordallo da Rádio.

Os sonoplastas

Amélia Muge é autora, compositora, cantora, instrumentista. Ligada às artes visuais, ao teatro e ao multimédia. Com vários discos editados e colaborações com outros cantores nacionais e estrangeiros. Para lá da composição, para si e outros, tem assinado a co-produção artística de alguns álbuns e a direcção artística e adaptação para português de música de séries estrangeiras de desenhos animados para televisão.
António José Martins é músico, arranjador, produtor e tem trabalhado com músicos como Fausto, José Mário Branco, Sérgio Godinho, José Peixoto, Amélia Muge. Faz parte actualmente dos Gaiteiros de Lisboa. Professor de várias disciplinas ligadas à educação musical, percussão, electrónica e informática musical.