Conexão Brasília, Com Gerson Camarotti

Para Gerson Camarotti, indicação de Santini a um cargo no governo após polêmica por uso indevido de avião da FAB causa mais desgaste e provoca incômodo principalmente em setores das Forças Armadas. Camarotti comenta ainda declarações de Rodrigo Maia, que 'praticamente' pediu a demissão dos ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub.

Gerson Camarotti comenta a demissão do presidente do INSS, Renato Vieira, que saiu em função das longas filas. 'Já era esperado. Haveria uma demanda maior por causa da reforma da Previdência', disse.

Para Gerson Camarotti, indicação de Moro ao STF pode representar uma saída amigável do ministério da Justiça e Segurança Pública, além afastar o atual ministro da corrida presidencial de 2022. Camarotti comenta ainda as mudanças no funcionalismo público propostas pelo governo. 'Reação das corporações é o que acaba pesando para atrasar a reforma administrativa', avalia. Atritos entre o vice-presidente, Hamilton Mourão e o governador do Rio, Wilson Witzel, também estão entre os destaques.

Governo avalia mandar reforma tributária e reforma administrativa para o Congresso ao mesmo tempo. No entanto, Gerson Camarotti diz que Câmara tende a dar preferência à questão tributária devido ao forte 'lobby' do funcionalismo público. 'A reforma administrativa, apesar de ser fundamental, enfrenta resistência maior nesse momento', comenta.

O presidente chegou a dizer que o governo estava estudando recriar a pasta da Segurança Pública, que atualmente está sob o comando de Sergio Moro. Com a mudança, Moro ficaria na Justiça e outra pessoa comandaria a área da segurança. Bolsonaro chegou hoje a Nova Deli, na Índia, para uma viagem oficial.

Gerson Camarotti comenta atritos entre Bolsonaro e Sergio Moro no que diz respeito à recriação do ministério da Segurança Pública. Para ele, há um 'descompasso' entre o presidente e o Moro. As causas disso seriam o incômodo com a popularidade do ministro e a atuação de setores do congresso contrários a um 'superministério'.

Não se pode ser ingênuo. Existe movimento no Congresso Nacional de parlamentares interessados em tornar a Justiça mais lenta. Aplicação desta medida é muito difícil neste momento, especialmente por causa dos impactos financeiros.

Proposta acabou sendo aceita com juiz de garantia, o que é uma derrota para o ministro da Justiça e da Segurança Pública. Situação causa estranhamento na relação dele com o presidente Jair Bolsonaro. Por questões orçamentárias, Brasil não tem condições de ter juízes de garantias.

Presidente Jair Bolsonaro evitou fazer um governo de coalizão, falou muito sobre 'nova política' e tentou trabalhar com esquema de bancadas temáticas. Mas isso não funcionou.

A lógica do presidente é muito eleitoral. Intencionalmente, ele seguiu com o discurso que o elegeu para manter seus eleitores. Por outro lado, ele é incoerente quando tenta blindar seu filho Flávio das investigações do caso Queiroz. Nesta segunda-feira, a expectativa sobre o que ele decidirá sobre o indulto natalino.