Funk Ostentação: Sp-zn

  • Autor: João Marcelo Brás
  • Editora: Editora Appris
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Sinopse

Em Funk Ostentação SP-ZN o autor busca compreender a cena musical do funk ostentação entre jovens que vivem nas comunidades periféricas da região norte da cidade de São Paulo, especificamente nos bairros da Freguesia do Ó e da Brasilândia. Trata-se de observar os fenômenos de construção de sentidos e identidades por meio das expressões musicais e culturais do gênero, tendo em vista as formas como essas juventudes se apropriam e usam a cultura global num permanente diálogo com suas vivências cotidianas.
Por intermédio de incursões de inspiração etnográficas é apresentado como as práticas musicais desafiam e negociam com a cultura hegemônica, em busca de reconhecimento e legitimação diante de uma sociedade na qual a periferia se encontra em sistemática posição de marginalização, atravessada por inúmeros estigmas. Nesse quadro, é dado destaque para o processo de apropriação e incorporação de símbolos de consumo das classes privilegiadas nas músicas e cultura desses jovens.
Nesse percurso, emergem as questões da tecnicidade, das corporalidades e das culturas juvenis em suas representações de pertencimento, configurando espaços interculturais cheios de apropriações cosmopolitas em diálogo com a identidade cultural local, em complexos processos de hibridismos.
O funk ostentação é um gênero musical que encontra grande adesão por parte dos jovens moradores das regiões da Freguesia do Ó e da Brasilândia. Por meio de equipamentos tecnológicos, esses jovens criam, apropriam-se, fazem circular produções musicais que versam sobre o universo do consumo e seus símbolos de poder e status.
É no espaço das festas informais de rua, denominadas pelos jovens de "fluxo", que essas manifestações de visibilidade encontram seu lugar de materialização. Não obstante, em um cenário atravessado por novos protagonismos, estas juventudes servem-se da internet como uma janela para o mundo, uma maneira de ver e ser visto, entre o local e global. Assim, contempla-se também os videoclipes de montagens audiovisuais amadores, que são veiculados no YouTube, como produção cultural tática significativa desta cena musical do funk ostentação.