Laicidade E Hermenêutica: Compreendendo O Estado Laico No Brasil Contemporâneo Em Busca De Uma Resposta Adequada À Constituição

Experimenta 7 dias Grátis Promoção válida para novos clientes. Após 7 dias será cobrado valor integral. Cancele quando quiser.

Sinopse

"É necessário deixar claro que esta obra não se trata de uma pesquisa acerca da religião ou da religiosidade. Também nada tem a ver com a questão da laicidade do Estado, de suas raízes ou de sua construção. Curiosamente pode-se afirmar que sequer da questão ligada ao ensino confessional ou da ADI 4439." (Do Prefácio) Entretanto, é uma obra que lida com todas estas questões: laicidade, Estado Laico, o que é (para o Direito brasileiro contemporâneo) Religião, quais as raízes histórico-sociais da religiosidade única e peculiar do povo brasileiro, e como tais questões deve(ria)m participar do processo de construção da decisão jurídica. A questão é o como se construir (fundamentar) a decisão, em busca não da única resposta, mas de uma resposta constitucionalmente adequada, no aqui (Brasil) e agora (contemporâneo). Se é sobre laicidade, poderia igualmente ser sobre outra questão. Se é sobre a ADI 4439, poderia igualmente ser sobre outra decisão. Mas se a decisão jurídica acontece no mundo concreto, deve ser sobre algo (ensino religioso confessional), em algum lugar e em algum tempo. "Em tempos difíceis de consolidação do constitucionalismo contemporâneo é importante lembrar a afirmação de Streck: o decisionismo faz mal à democracia. Se isso é verdade (e é), torna-se uma questão muito mais preocupante quando tratamos de um país como o Brasil, onde a modernidade (ainda) tarda e as instituições democráticas passam por tempos difíceis. Tempos que nos remetem a um recente passado como uma ilusória resposta de resgate de certezas e seguranças e que ainda nos assombram. A Crítica Hermenêutica do Direito tem como proposta básica a compreensão constitucional a partir do resgate do mundo concreto em uma circularidade própria da hermenêutica filosófica, entre o apofântico e o hermenêutico, em um processo continuo de construção de sentidos a partir de horizontes autênticos. É justamente no Direito que sentimos a falta de uma linearidade decisória alinhada com os horizontes constitucionais e com a temporalidade. Não é por outro motivo que, ao lado de Streck, Rodrigo elege Dworkin como fio condutor para a elaboração da obra. É na questão do ensino confessional que encontramos o problema da discussão. Os ministros do STF decidem a partir de uma racionalidade solipsista em que a consciência de cada um dá os contornos de decisões que, mesmo que no mesmo sentido em termos de resposta, equivocam-se em termos de fundamentação. Não se trata de definir qual das respostas é a melhor, a correta ou a mais adequada, mas simplesmente de deixar claro que as mais diversas fundamentações, a partir da adjudicação do sentido das palavras (Estado Laico, no caso), a perda de contato com o mundo concreto e com a constituição nos permitem afirmar que em cada um dos votos, mesmo que com respostas idênticas, temos um processo decisório que não se compromete com o que nos constitui, no tempo e no Direito. O resgate da construção de sentidos das coisas, partindo do mundo concreto, da temporalidade, compreendendo a necessária historicidade dos conceitos que vão além, muito além de simples palavras, mas de compreender o sentido das coisas, resgatando o mundo concreto e dando possibilidade para que o constitucionalismo contemporâneo brasileiro seja capaz de promover aquele a que se propôs, a superação do modelo positivista e promover um modelo social almejado por nós há muito."