Missão Aluno - Ilona Becskeházy E Paula Louzano

Agora, está nas mãos do MEC criar política nacional de qualidade para formação docente e garantir que esse documento tenha impacto nas nossas salas de aula.

Ilona Becskeházy faz uma análise, do ponto de vista técnico, do resultado obtido pelos jovens na prova internacional. Segundo ela, o principal problema é a falta de exposição ao tipo de pergunta que é feita no exame. Isso porque ela aponta é que o Brasil não utiliza a classificação de objetivos de ensino mais usada no mundo todo: a taxonomia de Bloom.

Ilona Becskehazy comenta o plano estratégico do Ministério da Educação e o embate constante entre o ministro da pasta Abraham Weintraub e congressistas de oposição. 'Desde o início do governo Bolsonaro, estes parlamentares chamam o ministro pra prestar esclarecimentos na Câmara e no Senado. O que está acontecendo é que partidos de oposição cobram um planejamento mais detalhado do MEC'. Ela ainda falou sobre a declaração de Bolsonaro, que chamou Paulo Freire de 'energúmeno'. 'Quando a gente não concorda com alguém, não podemos chamar de energúmeno. Quando a gente xinga, acaba poluindo o diálogo'.

Ilona Becskehazy explica que pode ter havido erro na aplicação da prova, já que o Ministério anunciou que haveria a participação de 19 mil alunos, mas amostra real registrou menos de 11 mil estudantes. Ela também criticou a estratificação da avaliação, que em 2015 incluía os dados por estados e em 2018 dividiu os dados por região. Para Ilona, método anterior revelava as tendências em cada federação e permitia uma melhor seleção das políticas públicas.

Ilona Becskeházy fala sobre o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, coordenados pela OCDE. Ela explica o que é o PISA e o que esperar do resultado da prova realizada em 2018, que será divulgado na terça-feira.

Ilona comenta a hipótese de um apagão de mão-de-obra em função da retomada da economia e a relação disso com a Educação. Um estudo mostra que quando a economia aquecer isso realmente acontecerá no Brasil. 'Isso tem a ver com o avanço das tecnologias, ao mesmo tempo que se tem um parque industrial que ficou muito tempo desligado. E, quando se retoma a economia, fatalmente as pessoas que estavam desempregadas ou em outros empregos, estarão defasadas ao que for demandado'. Ela diz, ainda, que é preciso expandir a base de conhecimento, e, até mesmo, importar professores, se for o caso.

Ilona comenta, nesta segunda-feira, a PEC 15.2015, da deputada Raquel Muniz, que prevê mudanças na distribuição de recursos da área de educação. 'Ela é importante porque temos uma lei temporária, que vence em 2020. Se esta legislação vencer e não for substituída por essa PEC, teremos um verdadeiro caos na distribuição das verbas'.

A taxa de abstenção às provas do Enem ainda é muita alta, de 25%, mas a menor da série histórica do exame. Ilona comenta: 'Virou-se a página, houve poucas intercorrências, a não ser o episódio da pessoa que fotografou a prova dentro da sala. Então, o que o Mec tem que fazer? Tem um desafio imediato que é produzir, continuar alimentando o banco de questões que sejam de boa qualidade'.

Universidades levam a redação em conta para avaliar capacidade das pessoas de lerem textos complexos. Para Ilona, proposta de redação foi muito bem feita, com tema corriqueiro e sem muito viés político. Ela também elogiou os textos de apoio, que ajudaram os alunos no teste, considerado um dos mais importantes - e temidos - do Enem.

Ilona Becskeházy fala sobre a Conabe. Evento para debater caminhos para a alfabetização foi instituído em agosto e contou com a participação de delegações de Portugal, do Chile e de Sobral, cidade no Ceará que tem experiências bem-sucedidas em alfabetização. Especialistas se dispuseram a vir ao Brasil em um curto espaço de tempo por solidariedade ao país.

Ilona Becskehazy comenta as dificuldades que estudantes brasileiros de pós-graduação têm em publicar artigos científicos em periódicos internacionais. Ela conta que justificativa de que alunos sabem inglês é válida, mas que o problema é muito mais profundo que esse.

A divisão de responsabilidades para o atendimento às necessidades educacionais da Nação são brevemente descritas na Constituição, nos três níveis de Poder Executivo. Além da complexidade entre as esferas Federal, Estadual e Municipal, o fato de termos um país populoso complexifica essa questão.

Ilona Becskeházy comenta a nova política de formação docente, que está em fase de consulta pública. Em pauta, a ideia de modificar a atual capacitação dos professores, com base no currículo nacional. Conselho de Educação tem um parecer que atropela o trabalho que, na verdade, o MEC deveria fazer. Acompanhe no áudio detalhes da proposta em discussão.

Na semana passada, o Conselho Nacional de Educação publicou um parecer para atualizar políticas de formação docente. Para Ilona Becskeházy, a proposta pode ter problemas, já que o Ministério da Educação deveria elaborar uma política de valorização docente mais ampla. 'E essa política vai bem além de dar diretrizes curriculares para o que os professores aprendem nas universidades', comenta ela.

Ilona Becskeházy analisou a decisão do governo do Reino Unido de criar um centro de políticas públicas direcionado, entre outras áreas, para educação. A comentarista listou recomendações escolares para resolver problemas de mau comportamento de alunos. Entre as principais dicas estão conhecer a vida das crianças, ter políticas claras sobre comportamento e bullying e respeitar um código de conduta para profissionais de ambientes escolares.

Ilona Becskeházy analisou a funcionalidade do trabalho que os professores passam para que alunos resolvam em casa. A comentarista comparou a programação de ensino para estudantes do segundo ano do Brasil e de Singapura. Becskeházy afirmou que a maquete é um exemplo de trabalho que gasta dinheiro e tempo e não tem finalidade específica.

Ilona Becskeházy analisa a proposta do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares. A comentarista explica que profissionais com treinamento militar serão emprestados para locais educacionais civis. Becskeházy afirma que a tradição e a formação ética de um novo ambiente pode ajudar a melhorar o clima das instituições de ensino.

Ilona fala sobre a falta de clareza do governo Bolsonaro nos critérios para distribuição de recursos para a educação básica. Para a comentarista, uma escola é mais que um conjunto de salas de aula e saber como e onde investir é mais importante do que o valor a ser investido pelo Estado.

Ilona Becskeházy comenta sobre as novas diretrizes que o governo pretende adotar em relação aos repasses a instituições e universidades federais. A comentarista acredita que, com as medidas, o Ministério da Educação esteja se alinhando com determinações do Tribunal de Contas da União.

Ilona Becskeházy analisa a alternativa estudada pelo governo para incentivar o sistema educacional do país. A comentarista acredita que a importação de ideias pode ser valorizar o ensino no Brasil.