Perguntar Não Ofende

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Conversas do Daniel Oliveira Que Não Faz Chorar

Episódios

  • Presidenciais 2021: Tiago Mayan Gonçalves

    11/11/2020 Duração: 01h28min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende As eleições presidenciais não servem apenas para escolher o Presidente da República. Também podem servir para espaços políticos afirmarem a sua agenda, aproveitando o mediatismo eleitoral. Ou para aproveitarem a ausência de outros para tentar ocupar o seu espaço. A direita vive, nestas presidenciais, uma posição singular. O Presidente da República que tem a sua reeleição garantida é do seu espaço político. E, no entanto, uma parte dessa direita sente-se órfã. Com um PSD que não se consegue afirmar como oposição e um CDS que definha, esperava que o Presidente cumprisse o papel de oposição. E é essa frustração que candidatos como Tiago Mayan, candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal e convidado deste episódio, tenta capitalizar. É advogado, portuense, ex-militante do PSD e presidente do Conselho de Jurisdição da Iniciativa Liberal. A sua c

  • Presidenciais 2021: João Ferreira

    01/11/2020 Duração: 01h14min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende Na medida em que isso pode ser dito em democracia, as eleições presidenciais acontecem com um vencedor pré-anunciado. Isso não é novidade. Quase todas as reeleições dos presidentes foram assim. Isso não impede que se joguem coisas importantes em janeiro. O poder político do Presidente da República não será o mesmo com um resultado na casa dos 50% ou dos 70%. E seu resultado não deixará de ser um teste à estratégia demissionária do PS e do primeiro-ministro em relação a estas eleições. A candidatura de João Ferreira encerra um ciclo político que começou há cinco anos, nas presidenciais em que Edgar Silva teve o pior resultado de sempre de um candidato comunista. Desde então, todas as eleições correram especialmente mal ao PCP. Mesmo assim, os comunistas, tal como os bloquistas, optaram por apresentar candidatura própria. E o tempo da desistência para o

  • Bianca, Matilde e Beatriz: Para que servem as greves pelo clima?

    14/10/2020 Duração: 01h07min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende As alterações climáticas que decorrem da subida da temperatura provocada por emissões de gases com efeito de estufa são uma ameaça real e iminente à existência de milhares de espécies, incluindo a nossa. Os apelos à ação crescem à medida que os sinais da tragédia se tornam cada vez mais evidentes com o aumento das temperaturas médias, incêndios, degelo acelerado, secas, cheias, tempestades, falhas na produção de alimento e surtos de pestes agrícolas e de doenças. A ameaça, como as suas causas, é conhecida. É permitido emitir gases de efeito de estufa, destruir habitats, promover a extinção de espécies desde que se pague por um suposto efeito compensador do impacto ambiental, compensação essa que ocorrerá num outro local e normalmente num momento qualquer do futuro. É neste contexto que ganha protagonismo o novo ativismo ambiental. Movimentos mais jove

  • João Goulão: O que nos fez os melhores no combate à droga?

    07/10/2020 Duração: 01h16min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende Desde 2001 que o consumo de drogas em Portugal foi descriminalizado. Em vez de delinquente, o consumidor é visto como um doente que necessita de apoio especializado. Esta descriminalização foi acompanhada por campanhas de apoio e programas de distribuição de seringas, pela substituição de heroína por metadona e pelo acesso ao SNS. Tudo é voluntário e a reincidência é vista como parte do processo. Quando a lei que mudou e esta estratégia contra a toxicodependência foi introduzida, mais de metade dos portadores de HIV eram toxicodependentes. Em 2010, esse número tinha sido reduzido para 20%. Segundo o The Guardian, saíram do mercado de drogas ilegais cerca de 400 milhões de euros. Os utilizadores de heroína passaram de 100 mil, em 2001, para 25 mil, em 2017. Os óbitos por overdose caíram em mais de 85%, sofrendo apenas uma inflexão ligeira durante a int

  • João Oliveira: O que diz o IPO do estado do SNS? (Episódio 100)

    23/09/2020 Duração: 01h18min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende “A epidemia mostrou que a saúde pública é superior à privada”, disse recentemente João Oliveira, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia de Lisboa e presidente do Conselho de Direção do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, que reúne os IPOs de Lisboa, Porto e Coimbra. Se a pandemia provou a importância do Sistema Nacional de Saúde, a verdade é que só agora estamos em condições de começar a avaliar o impacto do confinamento no funcionamento do SNS. E, embora não seja ainda possível perceber globalmente as consequências do adiamento de exames e de cirurgias para a saúde e as instituições, é possível, olhando para instituições específicas que já estão a lidar com o regresso à “normalidade”, perceber quais os problemas principais com que se debatem e a forma como se propõem vencê-los. Jo

  • Flávio Almada (LBC): O racismo perdeu a vergonha?

    16/09/2020 Duração: 01h50min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende A mais recente revolta racial nos Estados Unidos não foi apenas uma reação ao assassinato de Jacob Blake. Como não foi apenas por causa de George Floyd que explodiu a indignação. Todos se cansam de dizer que estão cansados, que isto é história muito antiga. Estes episódios são o rastilho da revolta que tantas vezes fez os direitos avançarem. Mas também são uma reação ao tempo histórico que vivemos: o ódio tem proteção, promoção e apoio explícitos do poder como há muito tempo não acontecia. Flávio Almada, que como rapper é conhecido como LBC, vive na Cova da Moura e coordena a sua mais conhecida associação, o Moinho da Juventude, que garante educação e alimentação a crianças e luta pelo futuro de muitos jovens de um bairro que, para quem o quer ver longe, é chamado de problemático. Também pertence à Plataforma Gueto, um movimento político antirracista.

  • Ana Mendes Godinho: Dos lares ao desemprego, o governo esteve à altura?

    10/09/2020 Duração: 01h31min

    Este podcast é patrocinado mensalmente pelos seus ouvintes. Quer também fazer parte da nossa comunidade no Patreon? Apoie em www.patreon.com/perguntarnaoofende Vieira da Silva foi um dos mais relevantes ministros do trabalho e da segurança social na democracia portuguesa. Nunca seria fácil substituí-lo e António Costa optou por um corte, não escolhendo ninguém que lhe fosse próximo. Ana Mendes Godinho, que tinha deixado boas memórias como secretaria de Estado do Turismo, foi uma opção surpreendente. Costa terá pensado que estes seriam anos calmos, bons para dar experiência a uma aposta sua. Esperava-se a continuação da bonança económica e nenhuma mudança na legislação laboral. Só que veio a pandemia e tudo mudou. O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ficou, com o da Saúde e o da Economia, no centro da crise. E a ministra teve de lidar com uma pesada máquina em ruptura. Está hoje no centro da contestação ao governo, depois do episódio mais recente e mediático com o lar de Reguengos e a re

  • Mariana Mortágua: O que fazer para que o BES não se repita?

    27/07/2020 Duração: 01h23min

    “Essa senhora devia ter vergonha e desaparecer de vez”. Foi assim que José Maria Ricciardi se referiu à convidada de hoje. Não é certo como queria que Mariana Mortágua desaparecesse. É certo que a frase exibe, ainda por cima quando se refere a uma deputada, hábitos antigos na forma como uma determinada elite económica lida com as contrariedades da democracia. Com apenas 34 anos, Mariana Mortágua tem sido protagonista de vários enfrentamentos deste género. Uns dirão que é populista e radical, outros que é assertiva e corajosa. Está seguramente entre as pessoas mais referidas, em tom de ódio, pela direita portuguesa. E até teve direito a um imposto com o seu nome. Depois de quatro anos de paz à esquerda, os tempos que se avinham não serão fáceis. Não sabemos quando acontecerá o desconfinamento económico do mundo e do país. Mas sabemos que sairão dele em muito mau estado. O dinheiro que receberemos da Europa poderá evitar a austeridade. Mas não sabemos com que preço. É sobre tudo isto que falamos neste episódio

  • Ferro Rodrigues: Porque é que o Parlamento é impopular?

    15/07/2020 Duração: 01h09min

    A geringonça não começou com a tomada de posse do primeiro governo António Costa. Começou com a eleição de Ferro Rodrigues como presidente da Assembleia da República. Não dando esse lugar a um deputado do partido mais votado, mas a quem conseguisse construir uma maioria, destruíam-se décadas de tradição política,  pondo o Parlamento e os acordos que nele se fizessem no centro do sistema. Tirando Almeida Santos, que só foi secretário-geral do PS durante quatro meses, Ferro Rodrigues foi o primeiro presidente da Assembleia da República que já liderou um grande partido. A sua eleição representou, por isso, uma promoção do cargo e da instituição. Num momento em que a geringonça já não existe, em que o “novo normal” que sairá desta pandemia pode pôr em risco equilíbrios sociais e políticos que já eram muito precários, conversamos hoje com Ferro Rodrigues. A primeira sessão legislativa do segundo governo de António Costa chegou ao fim, o orçamento suplementar foi aprovado e todos temos a sensação que nos espera um

  • Francisco Calheiros: A crise do turismo veio para ficar? E precisamos da TAP?

    08/07/2020 Duração: 01h25min

    Se esta pandemia se prolongar irá mudar o turismo como o conhecemos hoje. A decisão do Reino Unido impor uma quarentena a quem venha de Portugal foi a que provocou um abalo maior no sector, pelo impacto imediato que tem no Algarve. E não vale a pena esperar alguma justiça, quando países com péssimos números limitam a entrada de quem os tem melhores ou quando há quem esteja a mentir ou a manipular as suas estatísticas. É uma luta pela sobrevivência que até as diferentes regiões do país parecem estar dispostas a travar entre si, com o Algarve a responsabilizar Lisboa pelo desastre e a Madeira a procurar um estatuto de exceção junto dos ingleses. Com o mundo parado, as companhias aéreas entraram em crise. O controlo público da TAP tornou-se inevitável para impedir a falência de uma companhia em que os seus acionistas privados não estavam dispostos em investir neste momento. Sobre este caso, instalou-se um debate sobre a necessidade de Portugal ter uma companhia de bandeira. Também sobre isto é importante ouvir o

  • Henrique Barros: Andámos para trás na contenção da COVID?

    01/07/2020 Duração: 01h28min

    Durante o período de confinamento, os portugueses convenceram-se do milagre nacional. O autocontentamento foi tanto que parece ter-se esquecido o principal objetivo: achatar a curva. Ou seja, garantir que a pandemia não se descontrolava, para que o SNS conseguisse responder e ninguém morresse por falta de tratamento. E, de caminho, ganhar tempo para proteger as pessoas mais vulneráveis. Foi isso que se conseguiu. Mas as expectativas aumentaram e instalou-se a ideia de que o objetivo era fazer desaparecer o vírus. O que parece improvável sem que haja uma vacina. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse recentemente que as consequências desta pandemia vão sentir-se nos próximos dois ou três anos, se formos otimistas, ou nos próximos cinco a sete, se formos pessimistas. Perante esta possibilidade, temos de começar um debate de forma pouco apaixonada: até onde estamos dispostos a ir e que preço estamos dispostos a pagar? E só o podemos fazer este debate se não nos deixarmos tomar pelo transtorno ciclotí

  • José Neves: As estátuas também se abatem?

    24/06/2020 Duração: 01h33min

    Há estátuas que não deviam mesmo estar de pé. Dizê-lo não é defender que se apague a história. Nenhum alemão decente aceitaria que uma única estátua de Hitler continuasse numa praça, nenhum democrata russo aceitaria que as estátuas de Estaline ainda dominassem as cidades do país. Derrubar estátuas é o mesmo que as erguer: marcar uma posição em relação à história. Mas aceitar que as estátuas podem ser derrubadas não esgota o debate. Pelo contrário, é ao aceitá-lo que o debate se complica. Não é arriscado transformar a análise da história num exercício moral permanente? Quais são os limites temporais para um julgamento moral do passado? Se aceitarmos que a história é contada pelo poder, isso não torna o conhecimento do passado numa impossibilidade total? Sobre este debate difícil, mais difícil do que a simples criminalização do vandalismo, conversamos hoje com José Neves, investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova e tem como áreas principa

  • José Reis: Como sair da crise persistente?

    10/06/2020 Duração: 01h37min

    Como podemos desglobalizar um pouco a nossa economia? Pegando num exemplo do livro do convidado desta semana, como garantir que em vez de fazermos partes de sapatos ou montarmos bicicletas, fazemos os sapatos inteiros e construímos as bicicletas? Ou como podemos trocar a obsessão pelas exportações por um empenho em substituir importações por produção nacional? Há uma minoria de economistas que se tem dado ao trabalho de tentar compreender o caminho que a nossa economia foi seguindo nas últimas décadas, em especial desde que se integrou na moeda única, para explicar o impacto que a crise financeira global e europeia teve em Portugal. Um desses economistas é José Reis, antigo diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e antigo secretário de Estado do Ensino Superior de António Guterres, autor do livro Cuidar de Portugal, publicado na semana passada. Neste episódio, andamos para trás para compreender as fragilidades de uma economia persistentemente periférica. Começando no início dos anos 60 do

  • Elisa Ferreira: A Europa tem uma bazuca contra a crise?

    04/06/2020 Duração: 01h23min

    Os apoios anunciados pela Comissão Europeia não são a fisga que se temia. E os critérios de distribuição parecem não ser maus para Portugal. Dinheiro novo e a fundo perdido, serão 15,5 mil milhões de euros. Graças à bomba relógio italiana, não será cada um por si. Mas é bom reduzir a excitação. Não vem aí um Plano Marshall. O dinheiro para socorrer toda a Europa, a fundo perdido, anda próximo de metade dos 994 mil milhões que a Alemanha aprovou em subsídios públicos, apenas para salvar a sua economia. E, com a liberalização dos apoios dos Estados às empresas a concorrência ficará ainda mais difícil para os mais pobres depois desta crise. Tem-se falado do New Green Deal. Seria uma revolução na União Europeia. Mas a Comissão Europeia tem uma longa história de mudanças de 180 graus. Basta recordar o que impôs a partir de 2011 e como agora critica Portugal pelos cortes que foi obrigado a fazer. Neste podcast, conseguimos evitar a moda das entrevistas por Skype, porque não acreditamos no telejornalismo. Não pelo v

  • Nuno Artur Silva: Os apoios à comunicação social são transparentes?

    26/05/2020 Duração: 01h26min

    A crise da comunicação social é global. Ainda não se conseguiu descobrir uma forma de rentabilizar o jornalismo na era digital. Sobretudo em mercados pequenos. E muito menos quando plataformas como a Google e o Facebook ficam com 70% das receitas de publicidade digital às cavalitas de conteúdos de terceiros. Perante a crise, há um debate que não é nem novo nem português: se o Estado deve financiar a comunicação social, como faz com a cultura e outras atividades que considera fundamentais e que o mercado, por si só, já não garante de forma plural. Com a COVID-19, os diretores que eram contra os apoios do Estado fizeram fila para os receber. Não estamos perante um subsídio, mas uma antecipação de publicidade institucional. Os critérios parecem ser os mais simples possíveis mas há dúvidas sobre a sua justeza e acusações de falta de transparência. Para este episódio, há que fazer duas declarações de interesses. As duas são óbvias. A primeira, é que, com raríssimos intervalos, foi sempre neste sector que trabalhei

  • José Manuel Sobral: O que nos ensina a pneumónica?

    20/05/2020 Duração: 01h23min

    Comparar os efeitos da pneumónica com os da COVID-19 é um exercício quase impossível. Na época, Portugal tinha um médico por 2338 habitantes, hoje tem um médico por 189 habitantes. Sendo que quase um quarto dos médicos estava na frente de guerra. A assistência de saúde era caritativa para os pobres e comercial para o resto da população. As condições alimentares e sanitárias eram paupérrimas e agravadas pela guerra. Como no resto do mundo, houve três vagas, e logo na segunda, que foi a mais mortífera, a capacidade hospitalar foi excedida. Não havia vacinas, antibióticos ou antivíricos. Algumas das medidas tomadas foram semelhantes as que se tomam hoje. Foram proibidas concentrações e dados alguns conselhos de distanciamento social. Mas não houve cordões sanitários ou restrições de movimento relevantes. A pneumónica ensina-nos coisas sobre o que vivemos hoje com a COVID-19 mas, acima de tudo, mostra-nos o que mudou no mundo e em Portugal. Falamos sobre isso com José Manuel Sobral, licenciado em História e douto

  • José Castro Caldas: Que crise chegou, que crise virá e que alternativas temos?

    06/05/2020 Duração: 01h14min

    A crise é global. Não há para onde fugir, não há para onde exportar. Isto leva alguns a pensar que estamos todos no mesmo barco e assistiremos, como não assistimos em 2009, a uma partilha de riscos na Europa. Mas, ainda não tínhamos chegado ao pico da pandemia na Europa, e a Holanda já perguntava onde tinham os espanhóis gastado o seu dinheiro para agora precisarem de ajuda. Isto apesar da Holanda e da Alemanha estarem a gastar, para lidar com as consequências económicas e sociais da COVID-19, mais do seu PIB do que a Itália ou Espanha. O futuro de Portugal com ou sem austeridade depende sempre do que acontecer na Europa. É provável que a solução seja mais robusta do que em 2009, até porque a crise terá outras dimensões. Mas quem acredita que a União não resistirá a um novo falhanço é otimista. Nada impedirá a União Europeia de ficar ainda mais desigual, ainda mais difícil de reformar e submersa num ambiente político ainda mais hostil e mesmo assim sobreviver. Porque quem pode mudar não precisa e quem precisa

  • João Costa: O que vai ser o terceiro período?

    28/04/2020 Duração: 01h35min

    Com o encerramento das escolas, o elevador social da escola pública ficou parado. Encerrados nas suas condições socioeconómicas, centenas de milhares de jovens e crianças passaram a contar com as vantagens que têm ou não têm em casa. A esta desigualdade junta-se a necessidade de muitos pais estarem em casa, em teletrabalho, tendo de acumular os seus deveres laborais com o dever de acompanhar os filhos. Isto partindo do principio que têm as condições materiais para a casa ser um escritório e uma sala de aulas ao mesmo tempo. Chegado ao momento de o governo fazer escolhas, a escola não abriu para os mais novos, como vai acontecer em praticamente toda a Europa. Vai abrir, se essa opção se confirmar no próximo dia 30, para os alunos do 11º e 12º ano e só nas disciplinas em que há exames. No episódio de hoje, com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, tentamos perceber esta opção de tirar de casa os jovens que não precisam de acompanhamento e deixar lá as crianças, não permitindo que os pais reg

  • Francisco Miranda Rodrigues, bastonário da Ordem dos Psicólogos: Como fica a saúde mental dos portugueses em confinamento?

    22/04/2020 Duração: 01h30min

    A contagem diária de infetados e mortos a abrir cada telejornal na primeira grande pandemia da era da globalização, as cidades vazias e as famílias encerradas em casa, criam o ambiente opressivo que, só por si, seria suficiente para perturbar os emocionalmente mais estruturados. E para muitos, a expressão “vai ficar tudo bem” é uma azeda ironia. Sabem que, depois disto, os espera o desemprego e, mesmo assim, estão imobilizados em casa. Seria impossível alguém lembrar-se duma experiência que pusesse à prova, de forma tão vasta e em quase todos os domínios da nossa vida, a resiliência mental e emocional de tantas pessoas em simultâneo. E isso não deixará de ter efeitos duradouros nas relações entre os humanos e na saúde mental e qualidade de vida de milhões de pessoas. Se há quem terá muito trabalho para fazer nos próximos anos, seja clínico seja de investigação, serão os psicólogos. A saúde mental e o seu trabalho ganhou uma centralidade nunca antes vista e é, por isso, que neste episódio falamos com o Bastoná

  • Marta Temido: Como vamos sair do confinamento?

    13/04/2020 Duração: 01h18min

    Sabíamos que não iríamos matar o vírus e impedir que ele fizesse vítimas. Que o mais perigoso era que nos acontecesse o que aconteceu a Espanha e Itália. E tínhamos tudo para correr mal: as mesmas características demográficas, culturais e, anda por cima, menos camas em cuidados intensivos. Tínhamos tudo para correr mal, mas não correu. Até agora. Mas é cedo para falar, porque nem sequer sabemos se o vírus não regressará no inverno. Que condições precisamos para regressar a qualquer coisa semelhante à normalidade? Quando regressarmos, que estratégias teremos de adotar? Qual será o novo normal até termos uma vacina? Falamos sobre isto com a Ministra da Saúde, Marta Temido, que participa no Perguntar Não Ofende pela segunda vez, num contexto muitíssimo diferente. E falamos sobre o futuro. Olharemos também para a famosa curva, para saber se a achatámos mesmo. Veremos se o governo se preparou bem para isto. Se estamos a testar o suficiente e se não está na altura de mudar de discurso em relação às máscaras. Se os

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